sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Pessoas-carrapato

Tem gente que parece carrapato: invade seu espaço pessoal e gruda em você, só que em vez de sugar seu sangue, suga sua energia. Aliás, se deixar, suga até sua alma, caso você tenha uma.
Geralmente, a pessoa chega chegando, na maior alegria. Muitas vezes fala com você como se te conhecesse há anos. Com esse tipo eu já tô esperta. O problema é quando a pessoa-carrapato está disfarçada de joaninha, daquelas de história pra crianças. Vem mansa, faz que quer te conhecer, vai se introduzindo na sua vida e quando você percebe, o inseto já grudou. Aí, é uma dor de cabeça só. Eu que o diga, pessoa que está lendo este texto, se é que alguém vai ler isso aqui.
A pessoa-carrapato, pra começo de conversa, não tem a menor vergonha de seu parasitismo. Claro, pois é disso que vive. Ela sabe que está incomodando, mas e daí? A menos que você diga alguma coisa, ela vai continuar ali. E quando você disser, se prepare. Pois a criatura vai fazer um escândalo. Vai te dizer o quanto você é ruim, que a magoou, que ela só queria ser sua amiga, mas que, sabe de uma coisa? Ela não precisa de você.
Exceto que ela precisa.
Depois que a pessoa-carrapato tiver sido desgrudada de você, ela vai ficar furiosa por isso. E não vai te deixar em paz. Não. Vai tentar te picar novamente de qualquer jeito. Vai mandar indiretas. Vai mandar diretas. Vai te chamar pra conversar. Perguntar o que foi que ela te fez de mal. Porque não era intenção da pessoa-carrapato te fazer mal. Ah, não. De jeito nenhum.
Porém, caras e caretas, não se deixem enganar: nunca permitam que uma pessoa-carrapato se aproxime de você de novo. E se conhecer alguém e perceber que se trata de um parasita de qualquer espécie, corra para as colinas. Senão, quando se der conta, a pessoa vai estar sambando na sua cara, de cima de um salto 15.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Jóia

De ouro, teu coração
Tua pele, teu cabelo
Tua voz e teu sorriso

Ah! Encanto!

Dos meus sonhos você saiu
Entrou nos devaneios
E vagou pelos pensamentos

Então, de maneira inesperada,
me encontrou
Sem saber...
Sem saber.

Ah! Meu amor dourado!

Como te quis.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Só uma dúvida

Queria plantar cada semente que o meu coração deseja, como diz a letra da música (Coração Pirata - Roupa Nova). Mas como, se o meu coração não tem bem certeza do que quer?
Não posso reclamar da vida. Estou numa idade em que muita gente já está ralando há tempos enquanto eu tenho feito as coisas do meu jeito e na minha hora. Porém, começo a sentir uma inquietação. Porque nada do que eu faço me parece correto. Nada parece a coisa certa pra minha vida. É como se, por mais que eu tente, nunca vou descobrir aquilo que nasci pra fazer. Sim, acredito que cada um tem um talento, o qual obviamente precisa ser descoberto e desenvolvido, mas qual é o meu talento? Afinal, pessoas mais jovens que eu, que por sinal também sou bem jovem, já descobriram. Mas tudo me desanima. Tudo me parece miseravelmente errado logo de cara.
Entretanto, algo tem que ser feito. A vida precisa ser tocada.O mundo gira, o tempo passa, etc., etc. E essa inquietação já está parecendo a roda do ka
Mas é tudo tão sem sentido. Quer dizer, fico pensando pra quê vai servir toda essa loucura, essa correria, se no fim eu vou morrer mesmo. Claro, antes de morrer eu tenho uma vida toda pela frente. E é aí que o bixo pega. É aí que o nó na cabeça aperta.
Hoje em dia, todo mundo quer ser mais. Mais inteligente, mais "estudado(a)", mais endinheirado, mais legal, mais, mais, mais. Mas eu quero "só". Quero só ter uma profissão, só ganhar dinheiro suficiente pra levar um vida só confortável. Quero só passar a vida na cidade onde eu nasci. Quero só morar sozinha e só ter tranquilidade. Só isso. Mas parece que querer só é pedir deMais. Porque eu tenho que me formar, fazer pós, fazer pós-pós, passar em um concurso, ganhar um monte de dinheiro, estudar mais, ganhar mais dinheiro...
Agora, tem uma coisa que me pergunto: como é que essa gente "mais" se diverte? Como aproveitam todo esse dinheiro, todo esse status e coisa e tal? Porque se tem uma coisa que eu não suportaria, seria trabalhar o dia todo, todo dia sem nunca ter tempo para as coisas boas da vida.
E aí, voltamos ao início. Me sinto perdida, porque, não importa o que eu faça, sempre vão querer mais de mim. E quando virem que EU não quero mais, que eu quero só, vou rodar. Porque o barato é louco, como se diz por aí. O mundo é dos espertos e os espertos são as pessoas "mais".
Então, fico nessa angústia de não saber o que fazer para ter a vida "só" que eu quero, sabendo que se entrar na roda, ou rodo mais, ou rodo mesmo. E até descobrir, vou só vivendo.