domingo, 18 de janeiro de 2015

Eu

Não. Não sou extrovertida. Não abro sorrisos a todo momento. Não acho necessário e nem confio em gente que é "feliz demais". E matei a criança em mim. De propósito, pois nunca gostei de crianças. Nem quando eu mesma era uma. E não suporto ficar em rodas de papo cabeça. Pra mim, isso é pura perda de tempo. Como diria Aline Dorel, personagem interpretada por Grace Gianoukas  na comédia Terça Insana: "Me deixem ser burra! Ser intelectual dói." Então não esperem me ver por aí me divertindo daquela maneira inocente e barulhenta (irritante) das crianças. É, sou ranzinza pra caralho. Pareço até uma daquelas pessoas que já viveram tanto, mas tanto, que tudo nessa vida as irrita. E não, esse texto não tem porém. Não vou dizer aqui que sou chata, mas... Porque não tem mas. Sou chata e pronto. Pior: gosto de ser assim. Não poderia me suportar se fosse uma pessoa alegre e feliz. Se tivesse síndrome de Pollyanna e visse um lado bom em tudo. E não tenho jeito, nem saco, para lidar com pessoas iguais a mim. Prefiro as pessoas mais simples e, até certo ponto, mais leves. Não é porque gosto de ser cuzona que posso me aguentar o tempo todo, também. Fim.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Algumas considerações

Teoricamente o sistema de ciclos com progressão continuada elevaria a qualidade do ensino, além de diminuir as taxas de repetência e evasão escolar, ao dar mais tempo e estímulo a professores e alunos. Outrossim, tal sistema permitiria que se acompanhasse bem de perto e com bastante atenção aqueles alunos com menor rendimento, oferendo-lhes aulas extras no contraturno, por exemplo.
Contudo, por não ter ocorrido a implantação deste sistema de maneira completa, não houve melhorias. Assim: a reprovação de alunos é feita em períodos de tempo mais espaçados. Contudo, a programação das atividades escolares ainda é feita de acordo com o conceito de ano letivo, que por sua vez não chega a ser 1 ano, de fato. Além disso, os professores, por ganhar pouco, têm que se desdobrar em horários malucos para dar aulas em diferentes escolas, para uma quantidade enorme de alunos, por vezes em todos os períodos letivos do dia. Isso faz com que o professor perca um tempo enorme se locomovendo entre as escolas e fique mais cansado ao longo do dia do que ficaria se trabalhasse em uma única instituição escolar, diminuindo a qualidade de seu trabalho e dificultando para que ele consiga dar atenção aos alunos que mais necessitam.
O sistema de ciclos, se recebesse o investimento necessário, poderia sim ser uma boa saída para o problema da educação. Entretanto, como os políticos que (des)governam o Brasil roubam uma boa parte do dinheiro do contribuinte, não sobra o suficiente para investir de maneira satisfatória nas áreas de maior interesse. Aliás, em área nenhuma.
Portanto, a "impressão" que fica é a de que a progressão continuada serve apenas para passar os alunos de série, quer eles tenham aprendido ou não. Sendo assim, o governo pode se mostrar competente na área da educação, ao apresentar dados mais positivos no sentido da permanência e ascensão dos alunos. Estes, por sua vez, saem da escola sem saber ler e escrever, o que é bem diferente de saber distinguir algumas palavras num pedaço de papel ou na tela de um computador (ou colocá-las ali) e vão viver as mesmas vidas de seus pais: uma vida de pobreza, trabalhando para os outros por um salário de fome e ouvindo desaforo de gente que nem conhecem.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Um momento

A angústia de não entender me invade. Não entendo o que se passa comigo. Não entendo por quê me sinto assim, tão estranha. tão distante, tão... Perdida!
O meu silêncio pesa dentro da cabeça e incomoda dentro do peito. Mais um ciclo dessa minha maldita fase do silêncio, que também não entendo. Assim como, em contrapartida, não entendo a necessidade da maioria de fazer tanto barulho.
Não entendo. E, por não entender, tenho medo. A ponto de preferir nem pensar nas consequências. Porque eu sei quais são. E sei o quanto custam.
Mas também não sinto o impulso para fazer algo contra esse silêncio, contra essa angústia. Afinal, a vida é dividida em ciclos, e tais fases fazem parte dos meus. Odeio-os, mas preciso deles.
Enquanto isso, mal durmo. Mal vivo. Como demais. E mal. E sonho sonhos horríveis e misteriosos.
Só espero que dessa vez não demore muito para passar.