domingo, 7 de abril de 2019

O Sonho II

Mais um sonho com suicídio.
Da última vez, foi com alguém com quem me importo, porém foi apenas uma tentativa; desta vez, foi com um desconhecido cujo rosto nem cheguei a ver e que chegou às vias de fato. Pois bem, vamos ao sonho.
Era madrugada, cerca de quatro da manhã, e eu estava sentada na sala de minha casa, estudando. Porém não conseguia me concentrar e decidi me levantar e ir tomar um pouco de ar no quintal da frente.  Voltada para a direção onde a rua tem início, notei um edifício branco e bem alto, que não existe na realidade, e que estava estranhamente próximo à minha casa. No topo deste edifício, havia um homem de sobretudo, segurando uma sacola plástica branca, sem estampa, e ele andava inquieto de uma ponta à outra do topo do prédio. Pensei:"Ele vai se jogar!" e desejei que não o fizesse, porém por seu modo de andar, sua impaciência e a infelicidade que, de alguma forma, eu sabia que ele estava sentindo, eu sabia que ele o faria. De repente, o homem parou de frente para o parapeito, sobre o qual andava, e jogou a sacola, que obviamente tinha algum conteúdo, mas eu não sabia de que se tratava. Talvez ele estivesse testando como poderia ser a queda. Percebi que ele se jogaria em seguida e me virei de costas, mas não rápido o suficiente: vi ele se jogar e vi quando começou a cair. O choque que senti foi algo terrível, pois nunca vi ninguém morrer, ainda mais desta forma. Após um silêncio que me pareceu longo demais, angustiante demais, escutei um estrondo, como se invés de um corpo, houvesse caído uma pedra sobre um monte de entulho; era um barulho como que de tijolos quebrando, lembro de ter pensado nisto, no meu sonho. Foi a coisa mais pavorosa. Fiquei ali parada, sem saber o que fazer, tremendo, nervosa, chocada, quando escutei cascos de cavalo e barulho de gente e, ao virar de frente para o portão, vi um grupo de cinco homens muito grandes, dois deles montados em cavalos enormes, todos vestidos como judeus, com direito a quipá e peót. O maior e mais velho de todos passou na calçada, bem próximo ao portão, se virou e olhou diretamente para mim. Imediatamente, pensei na palavra "demônio", como se ele fosse um. Então, o homem se virou novamente para a frente e continuou andando. Foi tudo muito rápido, porém me deixou ainda mais aterrorizada. De alguma forma, eu sabia que aqueles homens eram familiares do morto e estavam indo por seu corpo. Apesar do medo e do choque, senti pena deles. Não sei o que se passou após este momento, o que aconteceu com o corpo, com os homens, ou o motivo por quê aquele homem se matou. Só sei que fiquei muitíssimo impressionada com este sonho  e também um pouco preocupada, pois este foi o segundo sonho com suicídio que tive este ano.
Espero não ter outro tão cedo.