domingo, 3 de fevereiro de 2019

Carta para D.

Querido D.,
Estive novamente frente ao teu olhar. Me miraram teus olhos, verdes como as folhas da árvore que miro agora, e me deram um pouco de paz em meio ao caos do dia. Tua boca suave tem sempre a sugestão de um sorriso, coisa que possuem apenas as pessoas verdadeiramente tranquilas de espírito e alegres de coração, como sei que é o teu caso.
Deitamo-nos para uma sesta que não ocorreu e estávamos tão próximos, mas ainda assim, não poderíamos estar mais distantes... Mas isto não me entristeceu! Ao contrário: fiquei bem em estar ali, quieta, tentando concentrar-me na leitura, já que não podia dormir, entretanto não me saiu bem mais esta empreitada. E como poderia?! Se estavas tu ali, bem ao alcance de um braço ou menos ainda! E estavam ali teus olhos e tua boca e tu!
Quem lesse esta carta, poderia pensar que o que sinto por ti é amor. Enganaria-se, pois. Tampouco trata-se de alguma paixão ou paixonite; digamos assim que é um amor platônico. É algo inocente, bonito, puro, diria eu que é algo até mesmo bucólico, se cabe aqui tal expressão.
Gostaria de salientar que se escrevo esta missiva, não o faço para embaraçar-te, ou causar-te quaisquer problemas. Antes, quero apenas exaltar a beleza esplendorosa e cativante e, ao mesmo tempo serena, deste sentimento. Faço-o, portanto, no melhor dos interesses.
E assim dou por encerrada a carta, mas não por findado o sentimento.
Sua,
B.

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