Um dia, rastejando pelo bosque,
cobra cega vi você,
borboleta
Quis te ter, mas você era livre e voou
E eu permaneci presa na escuridão
Há um tempo, anoitecendo no Ocidente
te vi de esguelha,
amanhecendo no Oriente
Fui atrás de ti, mas
quando cheguei, já estava do outro lado
Uma vez, da minha casa
vi você passando
Quis ir junto, mas
eu era a sedentária
e você, o nômade
Outro dia, te olhei nos olhos
e eles eram negros como os meus
Sorri, pois tive esperança
Mas anoiteceu e eu percebi
que você era a Liberdade
e eu, a Prisão
Chorei e arranquei minhas grades,
mas você já partira com o vento...
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