domingo, 23 de dezembro de 2018

Armadilhas da madruga

a solidão não mata mas faz sangrar
quero gritar minha dor para o mundo
às vezes parece que vou sufocar
com lágrimas que cortam fundo

eu tento de novo e de novo me iludo
meu coração esquenta, depois esfria
não economizo, sempre dou tudo
mas toda vez entro numa fria

sempre trocada, sempre deixada
sempre volto pra estaca zero
a humilhação é como uma facada
de certa forma, até já a espero

quem dera eu pudesse renascer
com outra vida, em outro lugar
onde eu não tivesse mais que ver
meu rosto no espelho a chorar...

mas já sei que querer não é poder
que não basta desejar
que nem tudo se pode ter,
que às vezes o jeito é se conformar

e assim a vida segue
e assim sigo eu
até que a escuridão de vez me pegue
e eu fique presa pra sempre no breu

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